« A Descriminação é um objecto abstracto que quando é lavado mostra suas nódoas e faz com que o natural se modifique. »
Descriminação … é a melhor palavra para descrever «o diferente». Descriminação por raças, por cores, por gostos, por nível de classe social, por ser mais baixo ou mais alto que o normal, por ter uma doença que não temos, por sermos mais magrinhos ou mais cheiinhos, por sermos menos bonitos do que outra pessoa, por puro preconceito e por outras coisas sem valor. Pergunto-me: «- Se tudo fosse igual teria piada conhecer alguém?» Já que éramos iguais, já sabíamos como o outro seria e nem nos amigávamos com esse alguém porque tinha os nossos defeitos e as nossas qualidades (o que seria lamentável). Se tudo fosse igual, desde o momento que conquistávamos uma aventura não a iríamos repetir mais nenhuma vez porque senão seria sempre a mesma e começava a chatear. Há quem não pense … Será que quando gozam ou excluem alguém a questionam? Não, é por isso que o fazem. Será que se pensassem uns minutos e se imaginassem na pele de quem gozam iriam gostar de ser gozados também? Às vezes usam e abusam dos sentimentos de uma pessoa. Mas no meio de tanta descriminação há alguém que admiro … Pessoas que gostam de marcar diferença e que não copiam nem tentam ser cópias; aquela gente que tem alegria de ser quem é e vive feliz independentemente do “blablabla” dos outros, sim é “blablabla” porque são coisas sem importância. É o facto de sermos diferentes e de marcamos a diferença que nos torna criativos, que nos torna quem somos e devemos ter orgulho no que somos. Sim, não somos perfeitos, não digo o contrário, mas é o facto de não sermos perfeitos que nos torna especiais, cada qual com as suas virtudes ou com as suas horas más. É por sermos diferentes que voamos na imaginação, é por sermos diferentes que conseguimos partilhar magia, é por sermos diferentes que alguém nos ama, é por sermos diferentes que somos seres humanos! Somos todos iguais mas de maneira diferente. Somos todos da mesma espécie! Somos todos belos, TODOS sem excepção (e estou falando tanto psicologicamente como fisicamente)! Infelizmente há gente parva que olha a exteriores e sente com os olhos. Orgulham-se por serem quem são e na realidade são simples fotocópias de alguém, orgulham-se do mal à frente de quem o faz mas depois até se arrependem, orgulham-se do que dizem mas quando alguém diz o mesmo ou sentem-se mal ou resolvem à pancada, orgulham-se até do seu próprio orgulho ou de serem convencidos. E depois claro ouve-se «a cada hora, um jovem diferente morre por ser discriminado». E o mais estúpido é que ainda há quem se ria disso feito louco, sim é que é mesmo louco! Quem deve sentir-se mal nesta história toda são eles e não nós! Não devemos baixar a nossa auto-estima por simples palavras, não devemos chorar por simples risos cínicos de alguém que nem sabe o que é rir, não devemos deixar-nos cair porque alguém passou por cima do que pintamos. Há que procurar pelos direitos da liberdade e da igualdade. Há que vencer e sentir-se vencido. Há que enfrentar. Há que ter orgulho, não do mal, mas do bem. Há que sentir e marcar diferença. Há que viver sem descriminações, sem preconceitos, ou outros lixos dispensáveis à nossa caixinha. Nascemos, crescemos e vivemos – são essas as nossas únicas funções.