terça-feira, 5 de junho de 2012

Trevo da sorte

Ia eu na máquina do tempo viajando na obscuridade de um futuro desconhecido quando encontrei um trevo. Não era de certa forma um trevo, porque o normal é que os trevos tenham três corações apenas mas aquele era diferente , aquele tinha vários e em cada um guardava os seus melhores sentimentos, as suas melhores emoções e euforias que nele se faziam refletir ,respetivamente. Eu peguei nele porque dizem que dá sorte. Levei-o até ao meu coração, abri a porta e fui a correr até ao meu diário onde o coloquei por entre as folhas. Talvez tenha sido a tinta fruto do sumo daquele ser, mas o meu diário começou a escrever-se e a desenhar-se sozinho,ou melhor, foi o trevo que desempenhou um papel fundamental na minha vida : completá-la e ocupar todos os espaços vazios que se espreitavam a cada esquina de mim. Antigamente,eu tinha o trabalho de todas as noites pegar no meu diário e escrever a caneta preta o decorrer do meu dia. Eram dias sem piada, vazios, dias banais, dias normais. Mas de certa forma, aquele trevo que algum dia eu tive a sorte de encontrar, fez com que todo este conto onde eu me entrego como personagem principal ganhasse asas, ganhasse imaginação, inspiração, novos momentos, novas formas de sorrir porque ele desenhava em cada folha branca novos traços de um sorriso que brilhava nos meus olhos e escrevia as palavras mais lindas que eu alguma vez tivera lido. Agora ando com ele bem dentro de mim para todo o lado que vou porque sei que é o meu amuleto e que me vai proteger de tudo e de todos e que nunca me deixará cair em azares e me dará a maior felicidade do mundo. E é desta forma que eu acabo por dizer: sorte foi o dia em que apareceste na minha vida e agora que te encontrei não te vou deixar fugir do meu lugar especial, as portas estarão sempre fechadas para que eu possa ter a certeza de que de lá não sais mais.

« Eu nunca serei uma sorte para ti, sorte é poder ter-te na minha vida.»