domingo, 18 de dezembro de 2011

obra.


São meras coisas guardadas em mim...
Meras,como quem diz, para mim a valer muito, para ti só um pouco. São coisas que nunca te disse a ti nem a ninguém, é um segredo embrulhado pelo medo. Não penses que fui eu que as pintei, não. São gestos,não meus, que vibram com grande frequência e expandem-se com grande intensidade cá dentro. Essa intensidade faz mexer o meu coração que por ser tão pequenino não aguenta coisas tão grandes, para mim digo eu.
Rasgo em sorrisos para que nunca me pesquises e tentes encontrar esse "tesouro" obscuro guardado no meu blog interno, tento ser aquilo que queres que seja, mas não consigo. Não são uma obra criada por Leonardo da Vinci nem por Pikasso, não sou perfeita.
Eu percebo-te, não estás habituado a presenciar pessoas dos mesmos ares que eu, porque sim sou diferente. Podes entender isto como bom ou mau. Só o podes perceber quando te os meus gestos tocam. Não quero que leves isto como um beco, porque sabes que o meu dever é mostrar-te o mundo e não o fim dele. É uma questão de só me sentir bem quando tu te tornas o ver estar, mas quando rasgas essa tua fatiota e encaraste como o verbo ir, eu não me sinto mais feliz. Saudade? Essa aí vendo aos potes, enquanto que a ti, é banal. Sim, eu sei que sim. Sinto isso cá dentro como ondas pensativas que me chegam do teu coração.
Se achas anormal que encha vales e dê vida a novos rios quando te ausentas, eu não. Porque quando tu estás presente não há rios nem vales, há montanhas. Montanhas sólidas, vales preenchidos por assim dizer. Nada é vácuo. Nada é só. Tudo é realmente tudo.
Eu tento aguentar, juro que tento. Mas há sempre quem pegue numa borracha e apague do meu desenho esse preenchimento que me completa. Será que és tu próprio? Não sei.
Sei que nunca vais deixar de abraçar esse teu passado que se torna para mim um pesadelo no presente, mas eu não te obrigo, respeito. Mas esse passado faz que o meu presente se torne uma dúvida, uma grande dúvida. Essa dúvida envolve-se em várias emoções, vários medos, várias angústias, várias inseguranças, várias nostalgias, vários desentendimentos(porque há coisas que ainda assim,não percebo), várias revoltas. Não te quero atormentar, porque para isso já basta eu, e por isso vou pisar aquilo que sinto, para que te sintas bem. Não prometo é que por vezes não caia, porque este fardo que acarreto em mim, torna-se cada vez mais pesado e leva-me à perda dos sentidos. Mas de uma coisa eu posso-te dizer com clareza, só te queria fazer feliz.