terça-feira, 27 de dezembro de 2011

realidade.


às vezes sinto-me obrigada a comparar situações, histórias, relações para averiguar o que devo mudar, para analisar o que está correto ou não, para ver o que fiz de errado, para ver como me devo defender em situações futuras, e às vezes até me chegam à mão o papel de compará-las e ver os pontos altos de uma e de outra tal como os pontos baixos. às vezes penso que estou na melhor e ainda bem que sai da outra, mas por vezes penso em coisas que agora se passam e antes não se passavam. tal como antes passavam-se coisas que não cabiam em mim e agora já não acontecem. mas ainda assim, há sempre algumas coisas que se sobressaem umas em relação às outras. é pena que a perfeição, ou pelo menos peço apenas a quase perfeição, não se possa unir numa só vez. dizem que as coisas com que levamos diariamente, sejam elas boas ou más, trazem sempre arrasto uma lição ou novas forças para seguir em frente, mas o que é certo é que para que aprendamos essa lição ou para ganharmos novas forças é necessário passar por baixo de pontes, é preciso passar por cima de vidros, é preciso dormir sobre espinhos, é preciso lutar contra o fogo. por vezes, pensei que tinha entrado num mundo melhor e que seria muito diferente do outro, mas também caiu na realidade e vejo que não é bem assim, porque embora haja muitas diferenças essas diferenças ferem do mesmo modo cá dentro. não digo isto porque quero voltar ao passado,não! muito pelo contrário quero fugir dele porque não levo nada de glorioso dele, quero este presente porque é nele que hoje invisto e que mais quero. mas, por vezes, acordo-me a pensar que levo com mais atenção de coisas mais banais do que aquelas que significam muito para mim. é por estas coisas que às vezes me arrependo de me entregar ao mundo, de dar tudo aquilo que ele supostamente deveria merecer. isto tudo, porque o mundo só pensa realmente em mim, só sente verdadeiramente a minha falta, quando está só. nesses momentos sim, chovem sentimentos dos quais eu mergulho sem hesitar porque diariamente sinto tanta falta daquele carinho que me tocavam vasta mente e intensamente o coração que me entrego, o que não devia porque esse mundo também deveria perceber que eu não sirvo só para os momentos em que ele não tem nada para fazer. ensinaram-me sempre que só merece valor quem nos sabe valorizar e agora pergunto-me, será que o mundo me sabe valorizar corretamente? será que ele sente a minha falta com aquela mesma intensidade que eu sinto dele? é certo que não. mas é dito e sabido que as pessoas só despertam interesse em aprenderem a valorizar-nos quando nos perdem, e para sempre assim será.