Oceano recheado de golfinhos doces, dos famosos peixinhos laranjas que sorriem para ele... As algas passam suas mãos pela face do vulto como forma de cumprimento, como forma de carinho e de boas vindas. Tudo parece mágico, impressionante, hilariante. Mas à medida que ele vai navegando cada vez mais para o fundo, observa ancoras perdidas no mar por não terem mordido os iscos pretendidos. Elas simbolizam os sonhos perdidos dos marinheiros que lutaram contra a força da água. A água talvez simbolize todo o suor, toda a lágrima derramada. Mas nada em vão. Sofrimento é lição. Nessa busca infinita ele vai encontrando tubarões e piranhas que tentam atingi-lo, feri-lo. Mas o verdadeiro lutador é aquele que supera por mais cicatrizes que tenha. E por mais que o escuro lhe tire a visão ele não desiste. O verdadeiro homem é aquele que sente com o coração não com os olhos. A cegueira leva-o a seguir os seus instintos para voltar a alcançar a luz de novo. Uma estrela do mar que guia todas as sombras perdidas, sorriu timidamente para ele. Com a ajuda de um peixinho que dá brilho ela olhou para o vulto e telepaticamente pediu-lhe que a seguisse. Ela levou-o até ao destino pretendido, sem o conhecer, sem lhe pedir nada em troca e finalmente ele viu terra. Despediu-se dela com um abraço forte pois saberia que nunca mais a poderia ver mas reteve uma lição de toda esta viagem. O oceano para quem vê de fora é perfeito mas muito ele esconde,porqueNem tudo é o que parece...